quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

15 escolas inovadoras para inspirar a construção de um mundo melhor

Você acorda com a mãe chamando, quando tudo o que você mais quer na vida é hibernar. Mais cinco minutinhos. “Vamos! Você vai se atrasar pro colégio!”. Levanta seu corpo molenga, come alguma coisa – isso quando dá tempo – e se arrasta feito um zumbi até a escola. Chegando lá, encosta num canto e fica implorando pela hora de ir embora. Quem nunca, não é? A boa notícia é que com os novos rumos do ensino e escolas inovadoras, os dias hoje eu não quero ir estão contados e esta é a nossa aula (e Seleção Hypeness) de hoje.
Sim, é um fato que não há nada melhor do que aprender brincando. Mas como é que se brinca com coisa séria? As crianças estão, mais do que nunca, cansadas do método um tanto quanto militar que a escola impõe: carteiras enfileiradas, todos uniformizados, virados para o professor e a lousa. Ali, permanecem durante boa parte do dia e, é claro, podem se distrair facilmente, seja dormindo, conversando ou checando o celular. Até mesmo o teto branco parece mais interessante do que as horas intermináveis de um estilo de ensino massante.
É bizarro sair da escola com a sensação de que não se aprendeu quase nada ao longo de mais de 10 anos frequentando o mesmo ambiente, dia após dia, mas isso é algo comum, porque na verdade são poucos os que querem estar ali ou que estão dispostos a aprender alguma coisa pelo método tradicional. Aliás, que fique muito claro que os problemas na edução não são culpa dos professores, porque muitos já fizeram esforços para trazer coisas novas e diferentes para a sala de aula, nem sempre aceitas pelas direções.
Percebendo que o método é cansativo, ultrapassado e definitivamente desadaptado do estilo de vida atual, as escolas começaram a inovar e inserir novos meios de aprendizado, muito mais humanizados, verdadeiros e prazerosos, fazendo com que o aluno queira estar ali. O documentário brasileiro “Quando Sinto que Já Sei“, de Antonio Lovato, aborda esta questão dentro do panorama brasileiro, citando modelos bem-sucedidos fora dos padrões tradicionais de ensino.
Há tantas escolas e métodos inovadores e interessantes que ficou difícil selecionar apenas 15 delas. Para quem critica tanto a educação no Brasil, saiba que existem sim muitos projetos e instituições bacanas dentro do nosso país, inclusive com instalações mega criativas em meio a favelas, ou até mesmo incluindo a meditação para o aprendizado render mais. Ao redor do mundo, o cineasta canadense James Cameron também inovou ao criar a MUSE, a primeira escola vegana do Estados Unidos, onde os alunos cultivam o que comem e aprendem por meio de uma filosofia voltada ao desenvolvimento humano, social, cultural e ambiental.
Dá uma olhada:
1. Creche Into the Woods
Recebendo crianças de 2 anos e meio a 5 anos, a creche é a primeira escola londrina que não dispõe de salas de aula ou paredes, realizando todo ensino ao ar livre. Os pequenos alunos ficam em contato constante com a natureza, onde, além de se divertirem, desenvolvem a imaginação, a comunicação, as habilidades de pensamento e conquistam auto-confiança e resiliência.
IntoWoods
Dentro do bairro Butantã, em São Paulo, a escola segue um modelo alternativo de educação. Os alunos tem bastante autonomia para, por exemplo, organizar debates e integrar disciplinas; a diretora atua como tutora e até os pais não ficam de fora, organizando festas e administrando apágina do Facebook. Grupos de alunos se reúnem por interesses em grandes salões e lá conquistam sua liberdade. Apenas as aulas de inglês, português e matemática contam com o auxílio da lousa.
amorim
3. Escola da Ponte (São Tomé de Negrelos)
Na Vila das Aves, em Portugal, a escola pública desenvolvida pelo educador José Pacheco(confira sua palestra no TEDxUnisinos Inovação na Educação) não tem salas de aula, nem disciplinas e nem horários regrados. As atividades dos mais variados temas são trazidas pelos professores e cada aluno exerce a autonomia de escolher o que mais lhe interessa, de trabalhar em grupo ou sozinho. Assim, podem se dividir entre as mesas ou até mesmo aprender ao ar livre. Existem provas, feitas e requisitadas pelos próprios alunos, quando se sentem preparados e não pressionados.
escola da ponte
Pregando o ensino dinâmico, a escola em São Paulo ensina por meio de atividades expressivas e culturais, a partir de práticas multidisciplinares dentro e fora do ambiente escolar. O método educacional básico, por exemplo, segue os eixos: domínio de linguagens, compreensão de fenômenos, resolução de situações-problema, construção da argumentação e elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade.
OLYMPUS DIGITAL CAMERA
5. GENTE
Dentro de uma das maiores favelas da América Latina, o bairro da Rocinha, no Rio de Janeiro, os alunos da escola pública Ginásio Experimental de Novas Tecnologias Educacionais(GENTE) aprendem de maneira inusitada. Não há séries, como estamos acostumados, e sim turmas que se reúnem por interesses e curiosidades em comum, com ensino auxiliado pela tecnologia e mediado por professores-mentores. A escola é linda, colorida e inspiradora, certamente um exemplo a ser seguido.
gente
A escola pública de Nova York é conhecida por ser pioneira mundialmente a educar seus alunos 100% através de jogos. Lembra que falamos lá em cima do texto sobre aprender brincando? Os jogos, além de divertidos, são didáticos e requerem atenção como qualquer outra atividade escolar. Os índices de aprendizado estão acima da média geral e se tornaram referência ao redor do mundo.
quest2learn
Esta escola na Indonésia já impressiona pela estrutura, onde tudo é de bambu. As salas de aula são abertas e o método de ensino é baseado na conexão entre aspectos espirituais, físicos, emocionais e racionais, trabalhados dentro de temas, não em matérias. Crianças que estão aprendendo a contar, por exemplo, aprendem pulando corda, enquanto no ensino médio, se preparam para empreender e abrirem seu próprio negócio, de preferência sustentável.
green school
A escola sueca gratuita, destinada a crianças de 6 a 11 anos da idade, tem poucas paredes e poucas salas. Com design arrojado, algumas baias estão disponíveis para os alunos se concentrarem e estudarem para as provas, mas sem avaliação por meio de notas. Com auxílio de laptops, cada aluno escolhe onde quer ficar, se quer trabalhar sozinho ou em grupo.
vittra
A escola particular em Bainbridge Island, em Seattle, no Estados Unidos, dispõe de 225 hectares ao ar livre onde alunos do jardim da infância à pós-graduação exploram a natureza, de fato. As aulas combinam pesquisa científica, artes e tecnologia para inspirar e desenvolver suas habilidades em harmonia com o meio em que vivem. Já falamos sobre ela aqui.
IslandWood-School-5
10. Escola Meninos e Meninas do Parque
Devolvendo a dignidade, promovendo a cidadania e a educação, esta escola localizada no Parque da Cidade, em Brasília, recebe alunos sem teto há mais de 20 anos. Jovens e adultos se encontram para conquistarem o direito básico de ensino e concluírem seus estudos, além de contar com a paciência e o carinho dos profissionais. Um diploma na mão pode ser um bom caminho para deixar de viver nas ruas e, enquanto para alguns é a coisa mais normal do mundo, ainda é o sonho de muita gente.
escola meninos e meninas do parque
Foto © Sergio Dutti/Folhapress
Em Piracanga, na Bahia, a escola livre dentro de uma comunidade sustentável se baseia nas escolhas de cada criança, com ensino baseado na cooperação, liberdade de escolha, criatividade e brincadeiras. Para quem quiser saber mais, o Hypeness já falou mais sobre ela aqui.
inkiri
Em lugares onde as escolas são escassas, a internet é um grande aliado. Após pesquisas, Sergio Correa Juárez desenvolveu uma escola online baseada no método de Sugata Mitra, um cientista que desenvolveu ensino livre através do computador, sem a presença de uma autoridade, colocando as crianças no controle de seu próprio aprendizado. Um grupo de tutores fica disponível no Skype para esclarecer dúvidas, propor debates e dar apoio aos alunos.
school in the cloud
Baseada nos principais dilemas dos seres humanos, o método de ensino desenvolvido na Suíça aborda questões dentro das áreas de filosofia, psicologia e artes visuais, dando atenção ao que realmente importa: os problemas cotidianos. O indivíduo e seus sentimentos estão em primeiro lugar, o que ajuda os alunos a construírem e desconstruírem suas percepções de mundo e sociedade. E atenção: a escola tem espalhado filiais e já possui unidade em São Paulo.
school of life
14. Kaospilot
Dinamarquesa, a escola de ensino técnico superior de empreendedorismo, criatividade e inovação social funciona por método colaborativo e forma alunos através de projetos divididos em três fases, uma a cada ano. Os temas trabalhados são: desenho e gestão de projetos criativos; desenho e liderança de processos criativos; desenho e criação de novos negócios, com o intuito de formar mentes empreendedoras e que fomentem a economia criativa.
kaospilot
Em Cotia, São Paulo, o projeto é liderado por uma Associação Civil de Assistência Social, de natureza beneficente, filantrópica e cultural de fins não econômicos e não lucrativos. A ideia é desenvolver cidadãos com consciência coletiva, sustentável e criativa dentro do espaço de 11 mil metros quadrados, onde os alunos de 6 a 12 anos têm acesso a áreas verdes, quadras de esporte, circo, salões de estudo equipados com livros didáticos e computadores, refeitórios, pista de skate, salas de música, de dança e de artes e uma biblioteca com mais de dez mil livros.
projeto ancora
projeto ancora2
Fotos: Divulgação

fonte: Hypeness por Brunella Nunes



Expressamos a todos nosso mais profundo agradecimento e reconhecimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário